A diretora da LabPub Cassia Carrenho conta como foi a Bienal do Livro de São Paulo este ano
Por Cássia Carrenho
A Bienal Internacional do Livro de 2022 ganhou o apelido de “Bienal das Bienais” e, mesmo parecendo um tanto arrogante, tenho que concordar!
Os números provam a grandeza do evento: mais de 660 mil pessoas em oito dias. Recorde de vendas, comparado ao ano de 2018.
Muitas pessoas com malas de rodinha para carregar suas novas aquisições. E, para quem foi, filas desde a entrada, nos estandes, para os autógrafos e até nos banheiros.
Tive a oportunidade, ou o trabalho, de ir em sete dias do evento. Para quem me conhece, sabe que só faria isso se fosse por trabalho. Quem não me conhece, agora já sabe!
Neste ano, eu e Dani Costa Russo fizemos a produção das mesas do espaço Amazon KDP. Foram 84 autores, divididos em 28 mesas, sempre com muito público. Tivemos a presença de autores premiados como Mailson Furtado, Morgana Kretzman, Marcelo Maluf, Vanessa Passos, Jefferson Tenório, entre outros. Tivemos bate-papos com os multitalentosos autores independentes e best-sellers da KDP, como Juliana Dantas, F M L Pepper, Middian Meireles. E a presença de nossos professores, Taty Leite, Marcos Marcionilo e Delfin.
Este foi o terceiro ano que trabalho diretamente com a KDP (Kindle Direct Publishing) e percebo que, cada vez mais, os autores que mais se destacam são os que buscam se profissionalizar através de cursos e investimento em produção editorial.
A escrita não tem glamour. Isso não é dito apenas pelos autores independentes, mas pelos premiados também.
Vanessa Passos, vencedora da última edição do Prêmio Kindle de Literatura, contou dos cursos que fez, da pesquisa para entender o prêmio e do trabalho de escrita até inscrever seu livro A filha primitiva. Foram onze versões até chegar no livro final, que, após ganhar o prêmio, foi publicado pela José Olympio, do Grupo Editorial Record.
Todos os autores best-sellers da KDP foram enfáticos: invista numa revisão profissional e faça cursos! Não tem milagre, não tem inspiração, tem trabalho, e trabalho profissional.
Como sempre, terminei a Bienal desejando nunca mais colocar os pés em uma. Foram 19 mediações no total, fora a fila do banheiro, né? Não vou reclamar da comida, porque estava como convidada VIP da CBL e ganhei almoços deliciosos. Só por isso.
Mas, com certeza, estarei em 2023 no Rio de Janeiro. Esse é nosso mercado louco. Brasileiro não lê, dizem, mas lotam uma feira do livro.