Pedrazul Editora publicará o livro traduzido no Real Job – tradutor literário
Quando montamos os cursos Real Job, tínhamos um único objetivo: ajudar profissionais a entrarem no mercado editorial já com um trabalho para uma editora no portifólio.
Por sinal, lembro até hoje que a ideia veio do André Castro, dentro de um táxi, onde também estava a Monique. Eu fui a primeira a ponderar (sim, sou dessas), mas quando chegamos no nosso destino, com as opiniões dos três, já tínhamos um modelo pronto. Eu agradeço diariamente por essa ideia do André, pois é um dos cursos mais interessante que temos aqui na LabPub.
No formato de uma oficina online, o aluno faz um trabalho de revisão ou tradução (são as duas modalidades que temos hoje) em um livro que será publicado.
A primeira turma do curso Real Job – tradutor de livros, traduziu o livro The Mill on the Floss, de George Eliot, com a supervisão da Monique D’Orazio. Foram vinte alunos que investiram várias semanas traduzinho e aprendendo a prática da tradução.
O livro, que está na fase final da tradução, encontrou uma casa perfeita para ser publicado: A Pedrazul Editora, sediada no Espírito Santo.Conversamos com uma das sócias, Chirlei Wandekoken, sobre a editora e o projeto junto com a LabPub:
Como surgiu a Pedrazul Editora?
Alguns amigos estavam numa casa de campo nas montanhas de Domingos Martins, todos leitores, conversando sobre os livros que gostariam de ler e não tinham traduções no Brasil. Quase que numa provocação, uma delas perguntou: “Por que você não abre uma editora, amiga? Você é tão empreendedora”. Semente plantada, outros profissionais convidados, a sociedade Ltda nasceu em 2012, mas o primeiro lançamento da editora só saiu em 2013. Villette, de Charlotte Brontë, foi o primeiro clássico publicado pela Pedrazul, em 2014. A editora tem três sócios Chirlei Wandekoken, Júlio Cesar Wandekoken e Eduardo Barbarioli.
De onde veio o foco editorial em clássicos ingleses?
Sou apaixonada pelos clássicos ingleses. Brinco sempre que minha alma é inglesa (risos). Eu queria muito ler alguns livros que não tinham traduções no Brasil, sequer em Portugal: livros de Charlotte Brontë (Villette e Shirley); de Elizabeth Gaskell, autora que escreveu a biografia de Charlotte Brontë, a pedido de Patrick Brontë, pai de Charlotte. A Predrazul já lançou praticamente todos os livros dessa autora, exceto Mary Barton, pois, embora estivesse em tradução, suspendi o lançamento: não tem razão nenhuma lançar duas traduções no Brasil com tanta coisa nova e boa à espera de tradução. E por aí vai. Eu queria ler os autores que influenciaram Jane Austen e lancei no Brasil de forma inédita Evelina, de Burney; Pamela, de Richardson e Belina, de Marya Edgeworth; obras de Thomas Hardy; de Dickens, de Troloppe, etc. Obras ilustradas originalmente. Bem, são muitas obras de autores ingleses e franceses que apresentamos aos leitores brasileiros e nos orgulhamos disso sem qualquer tipo de vaidade. É orgulho pelo legado. E clássico nacional também. Não lançamos aqueles que todos lançam, optamos pela esquecida Júlia Lopes de Almeida, maravilhosa.
O que você acha do curso Real Job e da oportunidade de publicar um livro traduzido dentro de um curso?
Achei maravilhoso. Nem acreditei. Achei que fosse pegadinha (risos). Como amo George Eliot e digo isso em toda entrevista que dou, achei que fosse alguma brincadeira de algum colega. Tenho todo interesse na publicação dos clássicos ingleses das futuras turmas, inclusive para um projeto novo.